Turma do primeiro semestre- Relações Públicas UNITAU 2017

domingo, 7 de maio de 2017

Relações Públicas nos movimentos sociais

       
No dia 28 de abril de 2017 o Brasil parou em decorrência da Greve Geral, movimento social contrário às Reformas da Previdência e Trabalhista. A CartaCapital descreveu a ação como "A maior greve geral dos últimos 30 anos, segundo muitos relatos. Maior que aquela de 1989 e comparável à grande greve de 12 de dezembro de 1986, após o fracasso do Plano Cruzado 2, no governo Sarney.". Nesse dia diversos trabalhadores decidiram mudar o foco de seus esforços para a paralisação do comércio e dos transportes, e para o bloqueio de diversas rodovias, avenidas, aeroportos e centros comercias, além de protestos realizados à noite. 

Nesse contexto de grande insatisfação política dos brasileiros, somada ao avanço dos movimentos sociais, estimulados e iniciados na maioria das vezes por meio das redes sociais, é que vem a reflexão de Cicilia Maria Krohling Peruzzo, grande profissional brasileira de relações públicas, pós-doutorada na Universidade Nacional Autônoma do México. Ela diz que há possibilidade da comunicação se agrupar aos movimentos sociais (ações coletivas em prol do interesse da maioria), auxiliando na construção da cidadania. Pensamento que pode ser denominado de Relações Públicas Comunitárias ou Populares.

Cicilia, como relata em seu próprio site, "Dedica-se especialmente aos estudos da comunicação popular, alternativa e comunitária, da mídia regional e local e suas interfaces no processo de ampliação do exercício da cidadania uma vez tomada no campo dos movimentos sociais [...] Mas investiga também temas de Relações Públicas relacionados às transformações no capitalismo e sua inserção no chamado terceiro setor, com ênfase na perspectiva crítica e comunitária.  Sempre buscando ultrapassar os limites das conjunturas, ela acompanha as transformações nas manifestações comunicacionais procurando perceber as novas feições de comunicação forjadas pelos segmentos subalternos organizados. Foi assim que não deixou escapar o surgimento das emissoras de rádio e de televisão comunitárias enquanto meios capazes de democratizar a comunicação e contribuir para ampliar o exercício da cidadania. É autora dos livros Relações públicas no modo de produção capitalista; Comunicação nos movimentos populares: a participação na construção da cidadania; e Televisão comunitária: a participação cidadã na mídia local.".


Nesse sentido, é importante destacar essa nova possibilidade comunitária para a área das Relações Públicas, nesse âmbito elas ultrapassam a esfera empresarial e governamental chegando ao universo dos movimentos sociais e das organizações populares. Assim, tornou-se possível falar dessa profissão como um trabalho "comprometido com os interesses dos segmentos sociais subalternos organizados, ou num sentido mais amplo com o interesse público". É uma visão renitente ao status-quo, ou seja, não aceita a opressão, marcada pela desigualdade, imposta à maior parte da população brasileira e acredita numa transformação social.

É nessa conjuntura que se vê as Relações Públicas inseridas, ou seja, "No movimento comunitário, ou em outras organizações populares e sindicais, as Relações Públicas se concretizam de modo inserido. Não é algo externo, de fora e independente, mas como parte intrínseca do movimento. Neste sentido elas vão estar nem na frente nem atrás do movimento, mas juntas e sendo constituídas em sua dinâmica.".

No vídeo abaixo Cicilia Peruzzo, entrevistada por Kauana Neves da TV UEL, fala um pouco mais sobre o assunto:



Referências:
<http://ciciliaperuzzo.pro.br/> Acessado em 06/05/17


Nathalia Querol - 1° semestre 2017


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