Turma do primeiro semestre- Relações Públicas UNITAU 2017

quarta-feira, 28 de junho de 2017

A Constituição da Profissão no Brasil

No dia 21 de julho de 1954, firmava-se a ata (http://abrpsp.org.br/institucional-2/estatuto/) de constituição da Associação Brasileira de Relações Públicas (ABRP), na qual surgem os primeiros estatutos, aprovados e registrados oficialmente no dia 18 de agosto. Há diversos fundadores da entidade, mas os destaques, que fizeram parte da primeira diretoria, foram: Hugo Barbieri (presidente), Ubirajara Martins (vice-presidente) e May Nunes de Souza (primeiro-secretário). 

A criação dessa associação foi um dos principais eventos que demarcou a década de 1950 como a mais significativa da história de Relações Públicas. A partir de então, essa associação começou a realizar diversos seminários em prol da disciplina, como: "A importância dos modernos serviços de informação governamental, sua política e sua organização" e "1º Seminário Brasileiro de Relações Públicas". As próximas diretorias desse grupo orientaram a carreira para a correta compreensão do seu real significado. E, foi em 1955, que ocorreu outro curso, agora com o professor Harwood Childs, o que ia valorizando e amadurecendo a profissão no Brasil.

Apesar de positivos avanços históricos, a ABRP sofreria, nas décadas de 1960 e 1970, dois abalos. Primeiro entre 1963 e 1964, quando foi criada a Associação dos Executivos de Relações Públicas (AERP) por uma ala com ideias divergentes da Seção do Estado de São Paulo. Essa nova associação propôs, segundo Xavier de Oliveira, que o "Dia Nacional de Relações Públicas" fosse 20 de abril, data em que nasceu Barão do Rio Branco que, apesar de seus feitos, nunca nem sequer ouvir falar de Relações Públicas. Além disso, ela organizava a apresentação de "Homem de Relações Públicas do Ano", na qual os dois primeiros premiados foram Edmundo Monteiro (em 1963) e, no ano seguinte, Henning A. Boilesen, estes que podiam ter um visão geral, mas não possuíam uma definição mais particular sobre o assunto.

O segundo problema, ocorrido na década de 1970, foi ocasionado em razão do diferente perfil da nova diretoria, ou seja, sobre o comando anterior, a ABRP conseguiu desenvolver seu espaço físico adquirindo uma sede própria, com o enorme esforço de Ruy Barbosa para arrecadar fundos entre as grandes empresas de São Paulo. Ao final dessa gestão a empresa foi entregue, sem nenhuma dívida e com o caixa conservado com os mesmos fundos anteriormente recebidos, à diretoria seguinte, mas esta afastou os profissionais da administração e, assim, a instituição se tornou vazia profissionalmente. Esse acontecimento ocorreu por conta da associação ter crescido, ou seja, era independente e financeiramente forte, nesse sentido foi cobiçada politicamente e, os profissionais, não tinham experiência política.

É importante frisar que a Constituição da Profissão de Relações Públicas no Brasil teve seu arranque por conta da demanda relacionada à administração das relações que a industrialização trouxe para o país, além da necessidade do governo de construir e manter uma imagem que fosse favorável às medidas tomadas. Também é necessário destacar que a profissão já acontecia em diferentes locais, mas ainda não havia um setor especializado para a área que recebesse a titulação correta da profissão. Por exemplo, pessoas do departamento administrativo que também cuidavam da gestão da comunicação e dos relacionamentos, sendo que estudavam, na verdade, para controlar a parte relacionada mais aos produtos e aos processos da empresa.


Texto retirado do seminário "RELAÇÕES PÚBLICAS NO BRASIL – 1914 A 1950: Constituição da profissão" realizado por Ana Garcia, Giovana Muller e Nathalia Querol.

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