A relações públicas, Edwiges
Moraes, se formou na turma de 2005 na Universidade de Taubaté (UNITAU), ela diz
que o diferencial de sua carreira foi entrar na universidade com 41 anos, o que
a destacava dos colegas que eram bem mais novos, mas sem causar dificuldades de
relacionamento com eles. Desde 2006, ela trabalha como assessora para a própria
instituição na qual se formou, então Edwiges contará, na entrevista abaixo, um
pouco sobre como atua nessa área e, assim, mostrará a importância do
profissional de relações públicas para o setor educacional.
“Os sonhos
que podemos sonhar são aqueles que teremos alguma possibilidade de realização e
corramos muito atrás dele”
BLOG RP
UNITAU – Por que você escolheu relações
públicas? Conte um pouco sobre a sua trajetória profissional.
Edwiges Moraes – Não sei se posso chamar de escolha,
acho que foram as experiências vividas ao longo do tempo que me conduziram.
Sentia necessidade de entender mais o que as pessoas queriam, como construir um
relacionamento que fosse duradouro para que o meu trabalho produzisse frutos
que permanecessem.
BLOG – Hoje em dia você atua dentro de uma instituição de
ensino. Há diferenças específicas nesse mercado?
E.M. – O Profissional de RP é tão importante
para uma universidade pública quanto é para a iniciativa privada, pois também
oferecemos um produto ao nosso cliente, o alunado. Portanto, trabalhar com educação
também requer uma boa comunicação e a criação de um ambiente favorável ao aprendizado.
Outro ponto importante é proporcionar um clima
em que os funcionários se sintam naturalmente envolvidos e alinhados com os
objetivos da Instituição. O propósito é
o mesmo: administrar e promover os relacionamentos, tanto internos quanto
externos, utilizando estratégias e planos de comunicação.
BLOG – Quais os desafios? E as atividades mais prazerosas
desse setor?
E.M. – Os desafios são grandes, pois como
instituição pública não temos liberdade para executar muitas coisas que
gostaríamos, existe a burocracia, não podemos comprar certos itens, isso nos
deixa um pouco presos. Mas aí entra um fator muito importante que é o exercício
da criatividade e a busca por patrocínio e parcerias, o que é enriquecedor. As
atividades mais prazerosas e marcantes são aquelas em que fazemos do nosso
servidor o protagonista de sua história aqui na Universidade, por exemplo, quando
proporcionamos uma sessão de homenagens.
BLOG – Fale as habilidades de um bom RP? Há alguma
específica para o setor educacional?
E.M. – Existem habilidades técnicas que é a
aplicação dos conhecimentos apreendidos nos tempos da faculdade e outros que
vamos buscando para não ficar desatualizados, como exemplo posso citar as novas
ferramentas do mundo virtual. Outro dom
que precisamos exercitar constantemente é a capacidade de trabalhar em equipe,
o relacionamento interpessoal, a comunicação, a liderança, as múltiplas
personalidades e acompanhamento dos estagiários, a convivência com o pessoal
das outras áreas da comunicação. Por fim, considerar que precisamos tem um
olhar para fora e outro para dentro da Instituição para enxergar as
necessidades vindas destes dois ambientes.
BLOG – Por que a UNITAU criou uma house (chamada ACOM)? Nela, as diferentes áreas da comunicação atuam
(jornalismo, publicidade e propaganda, relações públicas, etc.), qual a
importância dessa união?
E.M. – Somos todos formados em Comunicação Social,
portanto uma sempre complementa a outra. Aqui na ACOM temos a oportunidade de
ver e saber o que o pessoal das outras áreas estão fazendo e, também, dar a
nossa contribuição, afinal é o RP que tem a formação mais generalista.
BLOG – No contexto mundial de constantes mudanças e avanços,
você acredita que a tecnologia facilita as relações humanas? Nesse sentido,
qual o futuro que você espera para a profissão?
E.M. – Na tecnologia somos convocados ao
tribunal das mídias sociais: a dar explicações e fazer defesas dos ataques a
que somos constantemente bombardeados. Mas ela facilita a comunicação, pois
aproxima as pessoas, então não há como ficar fora desta realidade (ou
virtualidade).
BLOG – Você daria alguma dica para quem está começando
agora?
E.M. – Estude bastante, é importante conhecer
bem a área, pois o mercado não absorve tantos profissionais assim, portanto, é
preciso ter um diferencial. O profissional deve ter ainda conhecimento em
outras áreas como Economia, Administração, Empreendedorismo,
Ciências Políticas e Sociais. A ética deve nortear toda a formação do futuro
profissional de relações públicas.
Nathalia Querol - 2° semestre de Relações Públicas
*Foto: Leonardo Oliveira/ACOM